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Crise dos semicondutores

Tendências para 2022: Crise dos semicondutores

Você já imaginou que a oferta de componentes poderia ser uma preocupação do mercado de tecnologia? A escassez de componentes e produtos é um dos temas que mais entrarão em pauta em 2022. Desde já, o risco de alguns dispositivos sofrerem atrasos ou restrições é um alerta vermelho relacionado à crise dos semicondutores.

Este artigo fala sobre uma das 10 tendências do mercado brasileiro de TI e Telecom para 2022. A lista completa foi criada pela IDC Brasil, e aqui no blog da AMTI você confere detalhes sobre cada tema. Acompanhe para saber das principais iniciativas estratégicas que direcionarão os gastos de TI em 2022!

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Crise dos semicondutores: demanda maior que a oferta

Segundo a lista da IDC, a crise dos semicondutores é a primeira das tendências do mercado de TIC para 2022. A princípio, em termos globais, o mercado de semicondutores pode apresentar uma melhora na disponibilidade de produtos, porém isso não impedirá os impactos.

Principalmente o Brasil sentirá os impactos pelos atrasos e restrições de dispositivos que utilizam chips. Os chips de gerações anteriores que não tiveram aportes recentes devem fazer falta neste ano.

Nesse sentido, o mercado de dispositivos terá um ano com alguns desafios e deverá apresentar crescimento modesto de 1,9% em unidades, mas grande em valor (12,6%), gerando um total de US$ 22,9 bilhões.

“A escassez de alguns componentes e produtos, e o câmbio desfavorável são os principais motivos para a diferença entre o crescimento do volume de unidades e de valor”, completa Sakis.

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A crise dos semicondutores

De antemão, essa tendência já foi batizada de crise dos semicondutores. Os semicondutores são componentes sólidos com capacidade de conduzir eletricidade. Dessa forma, são matéria-prima fundamental para a construção dos chips, sendo colocados entre isolantes e semicondutores.

Estamos falando de um setor de US$ 450 bilhões em escala global. O setor de semicondutores alimenta a produção das principais tecnologias mundiais. Ou seja, tanto aos produtos para consumidores finais quanto aos equipamentos para fomentar a indústria.

Assim, a escassez de semicondutores impede que fabricantes de microprocessadores acompanhem a demanda do mercado. Como resultado, esse mercado é inflacionado, tornando não só o produto final mais caro, como até os usados que seguem tabelas fixas de preço. Esse é o caso da tabela FIPE para carros, por exemplo.

Montadoras de carros já procuram solução

A crise dos semicondutores já deixou em alerta as montadoras, incluindo General Motors, Ford e Hyundai. Elas já prevêem que a restrição na oferta de chips diminuirá no segundo semestre deste ano, mas não é o que os fabricantes de microprocessadores dizem.

Atualmente, a escassez de chips custou à indústria automotiva global 210 bilhões de dólares em receitas. Outra consequência é uma produção perdida de 7.7 milhões de veículos em 2021, segundo estimativa da consultora AlixPartners.

Desse modo, temos a incerteza sobre a recuperação e o risco de dificultar a transição para novas tecnologias. Algumas inovações pedem o uso intensivo de chips, como eletrificação e segurança, e recursos de assistente de direção.

A Tesla gerenciou o fornecimento de chips no ano passado. Tratam-se de estratégias que incluem a criação de novos softwares para lidar com as mudanças nos chips. Assim, a Tesla espera que as dificuldades de oferta durem ainda ao longo deste ano antes de diminuírem no próximo.

A causa da crise dos semicondutores é um erro de cálculos

Primeiramente, podemos dizer que houve um erro na previsão das fabricantes de diversos setores. O distanciamento social e lockdowns nos centros urbanos criou uma expectativa de que os consumidores comprassem menos.

Do contrário, a demanda por itens de tecnologia aumentou substancialmente. As pessoas passaram a comprar computadores, tablets, eletrodomésticos e outros itens para auxiliar suas vidas em casa.

Até mesmo a indústria automotiva, que não esperava aumento na demanda por veículos novos, foi pega de surpresa. Afinal, os consumidores queriam se locomover na medida do possível, mas o transporte público lotado não era mais uma opção tão viável.

“Eu cortei todas minhas projeções. Estava usando a crise financeira como modelo. Mas a demanda foi realmente resiliente.”, disse Stacy Rasgon, que cobre essa indústria na Sanford C. Bernstein & Co., em entrevista a Exame.

Definitivamente, essa alta não projetada de pedidos não conseguiu ser suprida pelos fabricantes de semicondutores e chips. Aumentar a capacidade seria muito caro e exigiria pressionar ainda mais a força de trabalho, o que não é viável, de acordo com Jordan Wu, cofundador e CEO da Himax Technologies, em entrevista à Bloomberg.

Quais as perspectivas para 2022? 

A expectativa de muitos especialistas para 2022 é positiva. Por exemplo, Elon Musk, CEO da Tesla, revelou que tem expectativa de que a crise se resolva em 2022, com a construção de novas fábricas.

Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da JATO Dynamics, em entrevista à CNN, tem a mesma expectativa. E lembra que o setor-chave a ser atendido é o automotivo, que corresponde a 10% da demanda de microprocessadores no mundo.

De modo geral, importadores devem manter-se atentos aos comportamentos do mercado. Afinal, novas variáveis podem atrasar a recuperação do segmento, como novos surtos em centros urbanos e variantes do vírus.

Similarmente, o Brasil foi fortemente afetado pela crise dos semicondutores. Dados sobre a importação desse ativo mostram que, entre 2019 e 2021, o valor da importação de semicondutores é preocupante. O peso (em kg) de mercadoria caiu consideravelmente, e se mantém abaixo da necessidade.

O que diz a Intel sobre os desafios

Gisselle Lanza, diretora da Intel na América Latina, falou em uma entrevista à Forbes Brasil sobre a crise dos semicondutores. Segundo a diretora, a escassez global de chips ainda não tem data definitiva para terminar, mas deve ser amenizada.

Sobre as oportunidades e desafios dessa crise, Gisselle pontua que mudanças devem acontecer em diversos setores.

“Neste contexto, nossa estratégia, cada vez mais, está na digitalização do todo, um conceito que vai mudar o mundo. Ele traz oportunidades e desafios.

Oportunidade pelo fato de que tudo é digital e vai demandar semicondutores, o que aumenta o papel de empresas como a Intel. E desafios porque, naturalmente, teremos que continuar navegando na mudança da maneira como as pessoas estudam, trabalham, vivem e se comunicam.

Existem oportunidades enormes em vários segmentos, de saúde a agronegócio passando por games. A digitalização vem acontecendo de forma importante na vida do consumidor final. Adoção de cloud é um exemplo e, nesta tecnologia, o Brasil está entre os 10 maiores mercados de consumo do mundo e um dos que mais crescem. Além disso, temos também a evolução da indústria 5G no Brasil”, afirma a diretora.

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Conheça mais sobre tendências tecnológicas acompanhando o blog da AMTI!

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